sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ela - Olindo Santana

Ela tinha um jeito assim,
meio menina, meio moça,
porém, inteiramente amor.

Ela carregava os sonhos nas mãos
porque acreditava que seria fada,
na hora em que entregasse o coração.

Ela era inocência,
acreditando que em seu caminho,
as rosas venceriam os espinhos.

Ela era muito pura,
mas ignorou que a vida era dura.
E na curva turva da estrada...

Asas ainda atrofiadas,

conheceram a estranha velocidade
com que corre a felicidade...

E a mulher nunca existiu de verdade!...



domingo, 24 de novembro de 2013

Prometo - Olindo Santana

Não posso garantir nada a ninguém,
exceto a promessa de querer bem,
de tratar bem,
de cuidar bem,
dentro das minhas possibilidades
e da minhas frágeis limitações.
E prometo ser fiel,
ser solidário,
e procurar ser justo,
porque é isso que eu sei
que posso com certeza fazer.
Prometo valorizar o sorriso sincero
e a palavra branda,
e respeitar o amigo,
como respeito o sol da manhã.
Prometo amar ao meu amor
e dele necessitar,
com a mesma dependência e carência,
que tenho do ar que me alimenta a vida,
e permite meu coração pulsar.
Prometo não medir esforços
para retribuir o que recebo a quem recebo,
ignorando contudo, a maldade,
por que não sou escravo da perversidade,
e jamais permitirei
que "Ela",
me roube a humanidade.
Garanto sim, por regra da exceção,
que meu coração tem portas e janelas,
e que pode passar por elas,
todos os bons sentimentos,
todas as boas emoções,
todos os belos corações,
que dançaremos juntos,
no meu salão da alegria, da felicidade e da poesia,
todas as lindas canções,
fruto das nossas composições,
dos nossos relacionamentos,
e das nossas interações.
Porque me será sempre bem vindo,
todo aquele
que tem o dom de acordar sorrindo.

- Olindo Santana




quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Te quero - Olindo Santana

Eu não te quero ( somente )
Eu não te quero ( apenas )
Te quero pra toda a vida
Te quero pra todo momento
Te quero me abrindo o dia
Te quero me entregando a noite
E não há como me ser bastante
Cada instante da tua companhia

Vejo o tempo correr muito rápido
Nas frágeis asas do destino
"O mesmo destino que no teu coração
Prendeu o meu coração de menino"
Portanto te quero
Para que o amor não envelheça,
Para que o adulto não se esqueça,
Que amar não precisa ter um preço
Precisa apenas que se reconheça
Que há de se amar e ser amado
Por cada gesto que se mereça

- Olindo Santana
 

sábado, 2 de novembro de 2013

Só Disse Adeus - Olindo Santana

Das minhas primeira lágrimas de amor,
nem uma lágrima, nem saudade, nem dor...
nem tristeza, ou remorso ou desejo...
Nada! Nem as lembranças sequer eu vejo.

Aquela espera ansiosa e imortal.
Aquele coração preso ao varal,
a espera daquele sol, no calor do verão,
nada mais são, nem jamais serão.

O velório da ilusão e da desilusão,
findaram no sepulcro de um único chão,
distante, sem retorno e sem compaixão.

Não fiquei amargo ou mais gentil...
Nem mais generoso ou mais ardil...
Só disse adeus ao doce elo infantil.



sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Gosto de Saudade - Olindo Santana

Gosto de sentir saudade,
saudade é sempre perfeita,
é dor ardida no peito,
desmedida e sem defeito...

Saudade é doce agonia,
que não me deixa sem companhia...
o que até me alivia,
saber que não vivi em vão.

Saudade das horas que são,
mas que me nasce a poesia...
E que de outra forma seria?
não fosse a saudade no meu coração!

Saudade do teu gosto,
da primavera no teu rosto...
do teu corpo molhado...
do meu querer descontrolado.

Saudade que bem me faz,
daquela criança em paz,
do primeiro sonho audaz,
que não terei nunca mais.

Saudade se não a tenho...
saudade de algum desdenho...
saudade do melhor beijo...
saudade do que são apenas desejos...