sexta-feira, 31 de maio de 2013

Perdoa-me - Olindo Santana

Perdoa-me se te amo tanto.
Se afundo-me no teu encanto
e me banho na tua beleza.

Perdoa-me se no teu eu
eu me perfumo e me aqueço
e me entrego e me enlouqueço...

Perdoa-me se são teus olhos
o meu cometa na contramão.

Perdoa-me se te amo tanto
e preciso alcançar o teu coração.

Perdoa-me pelas infindáveis horas
ocupando-me com a tua imagem,

amando-te silenciosamente
à sombra da tua miragem.

Perdoa-me o canto meu
nas sílabas das tuas palavras,
acalmando-te quando estás brava.

Perdoa-me os calos nos meus joelhos,
de tanto rogar a Deus,
que sejam todos os seus anos meus.

Perdoa-me...




quinta-feira, 30 de maio de 2013

Fale - Olindo Santana

Informe à minha felicidade,
com que força o desespero,
invade a minha mocidade.

Fale do instante primeiro.
Das tantas lágrimas de saudade.
Da solicitação do meu enterro.

Que os sonhos todos desfeitos,
mendigaram nus pelas sarjetas,
aqueles momentos mais perfeitos.

Que encontram aquelas sujeitas,
essas que o pecado oferece,
e pela vida são mal aceitas...

Porque nenhuma alma carece.

Fale por fim do meu final.
Dos meus retalhos de mim.
Da minha descrição sobrenatural!

Porque deixou-me, no ínterim,
aquele adeus que por banal,
uma incapacidade sem fim

de ver a luz no túnel final.







sábado, 25 de maio de 2013

Amar é - Olindo Santana

Amar é enganar a si mesmo
pelo bem do outro.
É enganar ao outro
pelo bem dele mesmo.
É se deixar consentir
para não ter que ferir.
É retocar, colorir,
para não ter que mentir.

Amar é não ter que acordar,
para os defeitos não ver.
É ter que dormir e sonhar,
para tudo perfeito ser.

Amar é explodir de alegria,
quando se pensa em chorar.
É se permitir ser feliz,
porque feliz o outro está.
É se doar em silêncio,
para o outro calar.
É não pensar em deixar...
É simplesmente ficar!

Amar é buscar uma lágrima
nos olhos de quem se ama,
para se sentir necessário
quando esse choro te chama.

Amar é não compreender,
é nada querer,
é nada dever,
e no nada, tudo ter.

Amar é ser feliz devagar
e acelerar o coração
quando o teu amor te olhar.

Amar é a dor
que existe ao mesmo tempo
em dois corações diferentes.
Mas, que não existe contratempo,
que impeça que um sinta,
o mesmo que o outro sente.








segunda-feira, 20 de maio de 2013

O tempo - Olindo Santana

E se de presente eu te entregasse o tempo,
para que não mais tivesses pressa.
E não mais pensasse no teu futuro
porque no meu passado é mais seguro.
E se eu o amarrasse a tua cintura
para que ele corresse
de acordo com os teus movimentos.
E o universo inteiro se fizesse em silêncio,
na hora em que você girasse,
e com tanto poder de consentimento,
no universo, só o teu tempo andasse.
E se o tempo te trouxesse as estrelas,
e as estrelas tivessem tempo só de vê-la.
E de servi-la, e de adorá-la.
E quando eu não mais tivesse tempo,
o teu tempo você me emprestasse,
para que os meus sonhos não voassem,
e nos meus sonhos você mandasse,
o tempo que desejasse.
Acreditarias no meu amor?
Ou apenas dirias que eu sou louco
e o meu tempo agora é pouco,
porque você já me acordou.
A verdade, é que não há tempo
que o meu tempo não te doou.





domingo, 19 de maio de 2013

Arrepende-te - Olindo Santana

Arrepende-te de tudo.
Te todos os males que tu causastes
a ti e aos outros.
Mas, arrepende-te principalmente
por não semeares amor,
( porque tua alma foi escura e fria! )
Porque te negaste a ajudar
A outros e a ti mesmo.
Arrepende-te por ter proibido
A tua alma ( alheia )
De executar seu plano divino.
Arrepende-te pela recusa de ser homem...
Quando antes, preferistes continuar menino,
Cheio de vontades, de mimos, de intolerâncias,
( que não é próprio nem de todas as crianças ).
Arrepende-te por não ter colaborado com o mundo
( em nenhum segundo, de tua vida egoísta ).
Por fim, arrepende-te
Em solidariedade aos que morreram chorando,
Na esperança frustada de te ver melhorando.
Arrepende-te... Porque eu me arrependo.






sábado, 18 de maio de 2013

Contrários - Olindo Santana

Não brinque de brincar comigo.
Esse jogo de contrários não funciona.
Te dou amor, me dá pernadas.
Te dou carinho, recebo pauladas.
E minha alma?!
Não te dizem meus  olhos
Que ela sofre calada!
É tão cruel a tua indiferença,
Que  o meu coração
Às vezes pensa:
"- Te apaixonastes por uma doença,
Desapareça enquanto há tempo...
Quando escurece,
O mal a si só conhece,
E se pior, ainda cresce,
E isso você não merece."
Mas.sem juízo aceito teu mando.
Mando que cedo ou tarde,
Vai acabar acabando.
Talvez até, sem muito alarde.
E poderás estar me amando.













Liberdade ( definição ) - Olindo Santana

A liberdade, o que é?
E eu te respondo:
O que te prende,
que você não quer se desprender?
O que te assusta,
E você quer morrer de medo?
O que te ignora,
e você aceita ser ignorado?
O que te machuca,
e você só quer ser machucado?
O que te isola,
Mas te faz amar a solidão?
Ninguém está mais livre
do que quando prefere estar preso...
a alguém ou a alguma coisa.
É nessa hora que a tua vontade
se faz soberana.
Um outro dia,
meu amor me deixou partir,
mas eu preferi ficar aqui.
E aquelas calorias
que eu podia perder,
mas havia coisas
que eu queria comer.
Minhas madrugadas de violão,
me envelheceram mais
que os anos sem estação.
E por quantas vezes me prejudiquei
por me negar a negação.
Como hás de ver,
é de ser livre, que se faz preso.
E só quem é preso,
é que quer ser livre,
para conceber a devida percepção,
de que ser livre significa,
ser dominado pelo o que domina
a mais expressiva forma de razão.
Pense!





sexta-feira, 17 de maio de 2013

Comigo Mesmo - Olindo Santana

Às vezes duvido
se algumas coisas que faço
pareçam comigo mesmo.

Estou tão preso
a compromissos que não são meus.
Tão "burrocrático", tão como os outros...

Que são sempre maioria;
Que não se guia, não se decide...
Que não se permiti permitir

Que lhe peça permissão,
mesmo que por isso,
venha a pedir demissão!

Tô tão sem vontade.
Com tantas necessidades,
de amanhecer deitado acordado,

Num dia de trabalho,
nos braços da mulher amada,
com todos os relógios quebrados...

E eu sorrindo despreocupado.

Ah, eu tô tão a fim de parecer comigo mesmo!




quinta-feira, 16 de maio de 2013

Quadras - Olindo Santana

Não me faça perguntas
que não te posso responder.
E nem me deixe encabulado
com ciúme de você.

Me machuca, mas não pisa,
me escraviza, mas não humilha,
outro dia eu vi jogado
um príncipe que virou sapo.

Quando a gente não espera
tudo se faz  acontecer,
o amante se faz distante,
o outro nem navio ver.

Não adianta resposta dá,
se verdadeira ela não é,
pois quantos se fazem de Cristo,
sem ao menos saber rezar.

Quantas vezes meu olhos testemunharam
a triste dor no teu sorriso vazio.
Tantas tristezas, tantos lamentos,
no choro rouco da tua agonia!

Quantas lágrimas indesejadas.
Profecias anunciadas da mais profunda solidão.
Tantas negações. tantas privações,
Inclusive dos teus sentidos

Sentido na tua pele
Que só de lembrar a minha pele arrepia.
Sou a tua testemunha:
- E por justiça há de se saber

Que tu vives e caminhas por esta terra
Como nenhum ser outro, o fez por merecer,
Que a tua caminhada é sofrida, mulher,
No instantes em que começas a viver.

Sofrerás pelos que te amam,
Pelos que não te querem,
Por tua enxuta essência de dignidade
E principalmente,

Pelo desejo insaciável de busca pela felicidade.
Porque, alguns são amor, meu amor!
Mas outros, são só falsidades!
Mas, hás de aprender e também sorrir.







terça-feira, 14 de maio de 2013

Cânticos II - Cecília Meireles

Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
Não queira ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade...
É a eternidade.
És tu.

sábado, 11 de maio de 2013

Caboclo - Olindo Santana

Caboclo também ri,
Também brinca
E até trabalha, até vive.
Na mata, na cidade
Caboclo também pensa!
Contrário ao que  pensam
Ou pensam não.
Caboclo faz poesia,
Vive poesia, dia a dia.
Faz rimas, cria cutia,
( Rimas cria )
Quando entra na floresta,
Quando rema pelo rio,
Quando ouve o assobio
Que são tantos,
Meio ao silêncio ou ao canto
De toda natureza em festa.
Caboclo nem tem pressa,
Não tem relógio nem tem tempo,
Porque a vida corre solta
Como solta foge a canoa,
Sem direção, sem contra-mão.
Caboclo come pirarucu:
- Tá preocupado com bacalhau!
Cujo preço, lhe faz mal.
Caboclo tem sangue nordestino,
Mas também é português,
Italiano, alemão...
Caboclo já fala até inglês,
( Assiste televisão e vive na internet )!
Ah! masca até chiclete!
Caboclo conversa com mata,
Conhece a mãe-da-água,
E sabe quando vai chover.
Manda mensagem no vento,
Não porque faltar celular:
Porque vento é amigo
E caboclo quer preservar.
Caboclo é inteligente!
Vive a vida cabocla de ser
Da manhã ao anoitecer.
Caboclo só quer viver!
Ser feliz, pra feliz ser.



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Hoje - Olindo Santana

Hoje, eu não quero nem um tipo de despudor,
quero apenas te oferecer carinho com o mais profundo
do que melhor de mim tiver, no meu dedicado amor.

Hoje, tenho medo de ter que chorar, por te amar
tão desesperadamente, quanto o meu rio de lágrima consente,
e mesmo assim ver, que por teu amor, não é o suficiente!

Hoje, não quero a loucura do meu corpo,
Antes a suavidade preciosa do teu colo, que me embala,
mas me acalma, na mais tenebrosa das solitárias tempestades.

Hoje, quero a suavidade das rosas nas mãos que te acaricia,
para que lentamente adormeças, e quando o dia amanheça,
você continue sonhando que eu sou a tua mais deseja magia.

Hoje, antes que eu me esqueça, preciso dizer o quanto te amo,
porque me fizeste mais homem, porque me trouxestes meus sonhos,
porque silenciastes os gritos, dos meus tristes olhos tristonhos.

Hoje, afinal, ainda é cedo, talvez algo mais até aconteça,
quando o teu corpo o meu estremeça, no delírio cego do desejo.
Mas junto, caminhará a certeza, que mais amor haverá, em cada beijo.





Ninfa Perdida - Olindo Santana

Teus lábios, que eu adoraria beijar
Tem a tentação do pecado
Que eu preciso provar.
Tem "aquele" néctar molhado
Que me convida a pecar
Em um longo beijo, descontrolado.

Tua voz, que só me desperta
A mais profunda loucura à toa
Me leva à praia deserta
E me permite te amar numa boa
No teu desejo que se oferta
Na minha imaginação que voa.

Teu olhar, Que Deus me perdoe
A minha pronta retribuição
Tem a irrecusável sedução
Que mesmo que me magoe
Vou mergulhar meu coração
Antes que você mude de opinião.

Tuas mãos, ninfa perdida
Possuem a mágica que constrói a vida
Porém condena o macho suicida
E eu incauto pecador que sou
Não quero nem saber se é amor
Entregue aos teus desejos, vou...









segunda-feira, 6 de maio de 2013

Retorno - Carlos Drummond de Andrade

Meu ser em mim palpita como fora
do chumbo da atmosfera constritora.
Meu ser palpita em mim tal qual se fora
a mesma hora de abril, tornada agora.

Que face antiga já se não decora
lendo a efígie do corvo na da aurora?
Que aura mansa e feliz dança e redoura
meu existir, de morte imorredoura?

Sou eu nos meus vinte anos de lavoura
de sucos agressivos, que elabora
uma alquimia severa, a cada hora.

Sou eu ardendo em mim, sou eu embora
não me conheça mais na minha flora
que, fauna, me devora quanto é pura.

sábado, 4 de maio de 2013

Liberdade - Olindo Santana

O meu coração só te dá carona,
porque és livre para partir.
Embora entristeça meus olhos,
o que não quero é te ver chorar,
e se chorares, deixa, que te enxugo
com a minha dor as tuas lágrimas.

Prefiro te ver partindo
( eu consentindo em prantos );
que ver murchar tuas asas,
que desabrocharam para outros mundos.
Sou o teu cavalheiro devoto.
Mas também posso ser o teu sol

Que nada cobra, que te dá vida.
Deixa-me triste, na tua partida.
Que mesmo assim celebrarei,
quando encontrares com tuas asas
a liberdade que nunca te dei
nos breves momentos que te amei.


Ofertório:

A quem deseja liberdade,
que os ventos conceda à graça.
Que as mãos nunca aprisione
o sonho gracioso de conquistar
o ar, o céu, o amor... a vida!


Quero - Olindo Santana

Quero que a paixão me devore
tudo o que ela puder.
Quero emagrecer o meu corpo
no corpo de uma mulher.
Quero consumir meu desejo
na boca de quem quiser.
Quero a paixão de mulher
na boca que a mim vier.


Quero acordar bem cansado
depois do amor saciado.
Quero continuar dormindo
Se for pra ter ver sorrindo.
Quero o meu corpo alimentado
No calor do teu corpo suado.
Quero ver seu corpo vestindo
o meu corpo que está te cobrindo.

E o que mais eu vier a desejar,
me permita se descontrolar.
Porque são minhas loucuras tantas
quando alguém ( assim )
me deslumbra... me encanta!















sexta-feira, 3 de maio de 2013

Hoje, eu só desejo te dizer,
no mais dolorido do meu desabafo,
que resumindo a paixão,
essa ingrata que mal  hospeda,
é uma casa com goteiras,
com portas escancaradas,
para os ventos da solidão.

Que à toa ou em vão,
tentei em ti me abrigar.
Sem medo das tempestades,
Sem compromissos do amanhã,
Sem o desespero da partida...
Mas, agora vejo, que por mal menor,
deixo-te. Enquanto ainda me há vida.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A nuvem - Olindo Santana

Passei o dia, olhando da janela,
aquela nuvem mudar de forma.
Suas incríveis transformações,
pareciam me obedecer.
Como se lesse meu pensamento,
ou procurasse me animar,
aquela nuvem, às vezes escura,
às vezes clara,
em movimentos ou parada,
tinha imagens presentes,
ou algumas fotografias raras,
que agora estão lá no passado.
Só faltava chover,
para que as imagens falassem
ou as fotografias gritassem,
tudo o que eu desejava ouvir.
A nuvem nada me disse!
Mas, me deixou indagações.
Questionou minhas convicções...
Na verdade, as nuvens nada falam.
Elas só mostram.
E a gente brinca,
a gente cria,
a gente imagina,
e elas vão se adequando às nossas considerações.
Quando criança, é tudo muito


fácil,
vivemos mais fantasias,
temos mais imaginação.
O adulto, queixoso, rancoroso...
Mal re-sol-vido!
Aprisiona a criança,
Mas também esquece de viver.
Viver, eu digo: - VIVER.
Anoiteceu, e veio a Lua,
ela também, fabrica imagens,
cria paisagens, mostra fotografias.
Vou melhorar minha consciência,
olhar com mais paciência.
A lua, alguma coisa vai me dizer!
Talvez até me diga:
- O que a nuvem falou pra você.




De repente -Olindo Santana

De repente, foi só o meu medo que me fastou de ti.
Pode até ser, que a leitura que fiz do teu olhar,
no momento que me afastei, estivesse equivocada.
Ou talvez a minha alma se sentisse ignorada!

As ruas, que por inteiro, escureceram pra mim,
que permitiram a partida, mas me negaram o retorno.
Ruas tão esburacadas, como os buracos do meu coração,
Depois do bang-bang da nossa separação.

As ruas da minha adoração!... também me equivocaram!
Quebraram-se os bancos da nossa praça
E por desgraça, deram por fim aos jardins,
que te entreguei tantas flores, quando corrias pra mim.


Assim, sinto que não há engano... não há encanto no teu olhar!
Nem mesmo uma breve ternura, querendo se perdoar.
De repente, já era a certeza que me distanciava de ti.
E muito triste verifico, que continuará sempre assim!

Solitário - Augusto dos Anjos

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio, e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!




Augusto dos Anjos é um escritor ímpar na literatura brasileira. Suas Poesias, "quase que pessimistas", retratam um olhar angustiado da vida.
Com uma linguagem quase que cruel e vulgar, critica a condição humana, essa raça que tem o gosto nato
para a destruição.
Apesar de seu anti-lirismo, agradou e caiu no gosto do povo, tornando-se um dos poetas mais lido do Brasil.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Lembranças e Agradecimentos - Olindo Santana

Eu conto a canto as minhas lembranças.
Hoje, tão distantes de mim.
A velha fogueira acesa no coração,
Não se tornou em cinzas,
Que se perderam porque voaram aos ventos.
Há todo um abrigo, no mundo das minhas memórias.
Não choro!...recordo...
A doce poesia guarda em meus olhos
O brilho intenso de cada sorriso
E a lágrima triste de cada partida.
Os meus amigos que se foram,
Os meus primeiros amores, que findaram,
E a família que não mais reúno
Em sua completa e total originalidade...
Está tudo guardado, tudo protegido,
Indescritivelmente valorizado
No meu gigante mundo de saudade.
Sou feliz, porque o tempo não me amargou.
Porque desfrutei de tudo que me permitiram,
Ou amei todos que me foi permitido...
E é a esses, ao tudo e a todos
Que agora, alegremente agradeço.
Quando o decorrer da minha vida,
Já se torna quase um pôr do sol,
Amadureço também, para a certeza:
-"A vida vale muito à pena!"
Com todo o seu contrate
E toda a sua delicadeza.