sexta-feira, 15 de março de 2013

Amor e medo - Casimiro de Abreu


Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
-" Meus Deus, que gelo! Que frieza aquela!"

Como de enganas, meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...


És bela, eu moço - eu moço: tens amor - eu medo...


Entender a alma romântica é uma tentativa frustante para quem  não desfruta ou participa desse sentimento.
A importância de preservar a pessoa amada, em um século envenenado de preconceitos, um século em que a virgindade é a própria virtude da mulher...
Como poderia alguém que ama tanto, expor a pessoa amada ao repúdio de toda uma sociedade. Ceder ao desejo, ao prazer, seria condenar a pessoa amada a uma vida de vergonha e sofrimento.
Para o homem romântico isso era inadmissível.

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